segunda-feira, 20 de maio de 2013

AMEI O TEXTO....


Sou sua mãe, não sou sua empregada

   Vou-lhes explicar: a sua bagunça me incomoda. Muito. Todos os dias. Várias vezes por dia.
   Não consigo me habituar à sua negligência. Simplesmente tento fazer com que as coisas fiquem nos seus lugares e limpas o suficiente para não chocarem o meu olhar.
   Eis por que me irrita tanto que vocês sujem e desorganizem o que me custa muito conservar limpo e mais ou menos arrumado.
   Todos os dia encontram-se nessa situação. Desemparados diante da folga de vocês. Não conseguimos compreender esse desprezo soberano de vocês demonstram em relação aos simples detalhes materiais da vida.
   Por quê? Por que, afinal?
   Por que nunca podem apagar a luz ou fechar uma porta quando saem de um comodo?
   Por que sempre dão um sumiço nos lápis, canetas e blocos de papel?
   Por que nunca substituem o rolo de papel higiênico terminado, preocupando-se com o próximo ocupante?
   Por que jogam seus blusões e casacos por cima dos móveis em vez de pendurá-los no cabide?
   Por que deixam suas roupas, no chão, ao trocá-las, mesmo que lhes desagrade vê-las amassadas e estragadas depois?
   Certamente não será por falta de termos dito, repetido, salientado, repisado, reiterado em todos os tons: Não esqueça, arrume... Não esqueça, arrume...   Não esqueça, arrume... Não esqueça, arrume...
   Claro, não é nada interessante arrumar objetos e cuidar deles, mas se os tratarmos com desprezo, os objetos vingam-se, sujando-se, quebrando-se e perdendo-se.
   Sou uma mãe, não sou sua empregada.
   Realmente não vejo por que eu teria que arcar com todas as suas obrigaçõezinhas, enquanto vocês ficam jogados durante horas na cama, ouvindo musica. Estou cheia de guardar as suas coisas sempre espalhadas, cheia de guardar as suas coisas sob o pretexto de que faço isso melhor do que ninguém, cheia de perder o início do filme, porque tenho que acabar de arrumar a cozinha. "Eu também adoro ficar na moleza"